Tradutor

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Os Italianos em Pouso Alegre


É inegável o fator progressista que as correntes imigratórias trouxeram ao nosso país.
Dentre elas, a italiana corresponde a uma excelente parte.
Pouso Alegre, município não cafeeiro, não teve o afluxo de outras cidades interioranas preferidas pelo intenso cultivo da rubiácea. Os que aqui aportaram, desenvolviam mais atividades artezanais que propriamente agrícolas.
Ainda assim, com a instalação da Colônia Francisco Sales, na Faisqueira, ali localizaram-se inúmeros italianos, alguns dos quais ainda residem naquele local, dedicados á agricultura. Ao que parece certo, entre 1880 a 1890, data o aparecimento dos primeiros italianos em Pouso Alegre.
João e Pedro Scapulatempo, foram os primeiros. O primero, comerciante arrojado e o segundo caldeireiro.
De 1890 a 1900, o numero cresceu. Antonio Rigotti, com fábrica de cerveja. Pedro Chiarinni e seus filhos Angelo, Francisco e Alexandre (agricultores e comerciantes). Marieta Consoli e seus filhos João e Eugênio Consoli, José Contrucci dos Santos (Zeca- Santo) comerciante no alto das cruzes. José Chiarinni e Carolina Renzeti Chiarinni, Pascoal e Antonio Bartolomei (ambulantes). Francisco, Pedro, Domingos e José Matei. Luis e André Gianini, Jacinto e Angelo Navri (transportadores). Angelo Tadelli. Antonio Antonelli (barbeiro). Girolamo Pagliarini (Hotel e Barbearia). Nicola Laraia (sapataria). Marcolino e Angelo Guersoni (olaria e cerâmica).
Na primeira década do século, aqui se instalaram Francisco Campanella (relojoaria, posteriormente casa de bicicletas). Francisco Matragrano (fábrica de calçados). Roque de Maio (confeitaria Progredior, famosa até 1925). Rizzieri Butti (fábrica de bebidas e cerveja). Pascoal Ambrosio (sapateiro). Cristoforo, Miguel e Braz Vita (comerciantes e sapateiro). Isidoro Tiburcio (fábrica de móveis). Olinto Tiburcio (comerciante). Felicio e Vicente Pascoal. Pedro, José e Artur Carleti, Antonio Ferrari (casa de móveis). Rergio Arnaldo Carneveli (elemento dinâmico, introdutor do primeiro cinema no Sul de Minas) fundador da cidade Italiana de Mutuo Socorro (1910). Angelo Marzulo (fabricante de macarrão). Inocencio Fabbri (mamorista). Miguel e Olinto Bertoluci (comerciantes). Braz Vitali (alfaiataria). Enrique Constanti (cortume). Vito Laraia (cortume). Nicolau Barati. Demétrio e Domingos Casarini (agricultores). José Boschi (olaria e cerâmica). Luis Saltini (alfaiate). Braz Frusco, Maestro Sartori, José Canela, Miguel Malvacini, Isidoro Verdi, Adolfo Binassi (açougue). Antonio Viali (Açougue). Pio Gissoni (construtor). Antonio e Maestro Antonio (frentistas). Joã Bertolacini (casa de comércio no Largo do Mercado). Agnelo Bertolacini, Salvador Ventre Natal (comerciante). José Inocente (Roma). Domingo Motnori (agricultor). Cesar Ceconeli (sapateiro). Romulo de Marchi (pintor). João Pata, Deodato Seda. Caetano Russo (confeitaria). Angelo Leone (sapataria). José Gambi.
Na segunda década, Domingos e José Caudino (construtores). Feliz Bove (organizador do primeiro jogo de polo). Miguel Saponara (relojoaria). Cesar de Leteaux (relojoaria). Primo Volponi (comerciante). Agostinho Odisio (escultor). Pompilho Ferrini (fábrica de macarrão). Jeronimo e Higino Puccini (fotógrafos). José del Pichia, Domingos Albanez (marmorista). Vicente Charlante, Cirilo Spolsimo, Casalechi Sofonisbo.
Até 1920 era intensa a vida associativa da colônia italiana.
Reunindo-se nas cervejarias, nas disputas das boccias e na sede própria da Sociedade a discutir política e os problemas da terra distante, tornavam divertidas e amenas suas vidas em nossa cidade. Quase todos liberais, eram Mazzinianos, Garibaldinos e de Cavour, de tendências acentuadamente socialistas. Muitos poucos eram monarquistas por convicção, embora os retratos do rei e família figurassem em muitos lares.
As reuniões nos campos de boccias, tornam-se divertidas. As disputas de ter-sete, patrone e soto bocias, davam margem á aproximação e alegria. As canções da terra eram entoadas.
Santa Lúcia, Torna a Surrento, Il Ino dei Lavoratore (Bandeira rossa), il 24 de Maggio, La Canzone del Piave, cantadas ora por uns, ora por outros, uniam ainda mais os italianos.
Raras foram as desinteligências entre os membros que sempre conservaram amizade e dedicação á nossa terra.
Parece não constar mesmo qualquer deslise policial na vida de toda colônia italiana em Pouso Alegre.
Hoje, o numero de italianos é bem menor. Desaparecidos inúmeros que figuram na lista presente, ainda assim, os que restam, alguns quasi nonagenários, prestam seu concurso e seu trabalho a nossa terra, dignificando a terra de Mazzini, Cavour, Antonio Gramsci, Garibaldi e Dante. Ao focalizar no centenário de nossa cidade as atividades e a cooperação dos italianos em prol de Pouso Alegre, o fazemos certos de interpretar os sentimentos dos pousoalegrenses por uma aglomeração honesta, produtiva, democrata e progressista.     
Extraído do Jornal “A Cidade”  19/10/1948, p. 5
*Escrito como no original

5 comentários:

  1. O que vcs tem sobre os BUTTI?
    Eos Libanio

    ResponderExcluir
  2. Sou bisneta do Miguel Vita, nasci em Pouso Alegre, e atualmente vivo na Itália com a cidadania italiana reconhecida.

    ResponderExcluir
  3. Boa Tarde.

    Me chamo Alexandre Santos e estou em busca da Hist[oria de minha Bisavó Dona Presciliana dos Santos (Sobre nome era italiano) Ela foi casada com o Sr. Jorge Ferraz e meu avô chamava-se Waldermar dos Santos, moravam no antigo bairro Ribeirao das mortes e a ultia casa que minha mãe recorda que ela morou ainda bem velhinha foi de fronte ao Quartel se souber de algo lfico no aguardo

    Desde Já muito obrigado
    asantoa@gmail.com

    Alexandre Santos - 11- 97574-2382

    ResponderExcluir
  4. Descobri que minha bisavó, Filomena Campanella, era irmã do senhor Francisco Campanella (relojoaria, posteriormente casa de bicicletas). Ele veio para o Brasil bem depois dela. Eu sou a Isabelle, neta da Rosina, segunda filha da Filomena com Nicola Carlomagno.

    ResponderExcluir
  5. Gostaria de saber se alguém sabe se o imigrante Franscisco Matragrano tinha como esposa a Sra. Lúcia? Ele tinha uma fábrica de calçados, em Pouso Alegre MG.

    ResponderExcluir