Ata
é um livro, com ou sem linhas (sem linhas até 1880), onde se registra o que
ocorre, acontece, numa sessão, reunião.
Nas
atas da Câmara Municipal de Pouso Alegre, em épocas pretéritas, não consta o
local onde se encontra instalada a Câmara.
A
primeira ata foi redigida no dia 6 de maio de 1832 (há 179 anos), data de sua
fundação, sob a presidência do padre Mariano Pinto Tavares, seu primeiro
presidente, nascido em São Paulo em 1795, assumindo a presidência aos 37 anos
de idade.
Justamente
esse valioso documento histórico está, infelizmente, ausente dos arquivos da
Câmara Municipal.
Onde
estará esse secular livro? Em que recanto estará ocultado? São perguntas que só
serão respondidas por aquele que tenha em seu poder, indevidamente, tão valioso
documento do Legislativo Municipal.
Perambulando,
curioso, colocando em ordem os livros de ata da Câmara Municipal, com páginas
delicadas e amarelecidas pelo tempo, desde minha admissão em abril de 1964, dei
pela falta de alguns livros de atas. Meu pensamento vagou no espaço exíguo da
sala, indo de encontro às paredes, procurando alcançar o porquê da inexistência
do mesmo no arquivo.
Quando
do falecimento de um ex-vereador, um de seus filhos colocou à minha disposição
o arquivo de seu querido e saudoso progenitor, para que eu escolhesse algo para
o nosso Museu.
Rebusquei
o escritório. Ao abrir uma gaveta corrediça, deparei, num canto, com alguns
livros. Peguei-os, verificando serem livros de atas. Olhei para a pessoa que me
acompanhava, dizendo-lhe: “Esses livros são da Câmara Municipal.” Resposta:
“Pode levá-los.” Eram livros de atas datados de 1839, 1842, 1859, 1856, 1862.
Em
02/01/1990, um velho e querido amigo, cujo avô, ex-vereador, falecera,
compareceu ao Museu sobraçando livros de atas que se encontravam em seu poder,
datados de 1840 e 1847. Agradeci a gentileza do gesto magnânimo.
Esses
dois fatos foram suficientes para corroborar meus pensamentos, deduzindo que
livros de atas e outros documentos estão por aí, enfurnados nas gavetas, nos
armários, aguardando, quem sabe, a triste hora de serem lançados à lixeira ou
vendidos.
Naquela
época, era costume o vereador, com ou sem o assentimento da presidência, levar
livros de atas para casa, para auferir algo dos pronunciamentos, seu e dos
colegas, para novas explanações nas sessões vindouras, discordando, ou não.
Daí
o esquecimento, a obrigação em devolvê-los.
Faço
um apelo à sua consciência: rebusque a sua biblioteca, ou se for alfarrabista,
se lá não existe algum livro de atas ou outro documento da Câmara Municipal,
entregando-o ao nosso Museu.
Seu
nome permanecerá sigiloso e eu, genuflexo, vou agradecer, com certeza, com
algumas gotas brotando nos cantos dos olhos.
Visite
o Museu; não ignore.
Venha,
porque fazemos questão de sua visita!
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