Página da tesoura (Kiko)
Pouso Alegre costuma ser palco de cenas engraçadas. Ainda recentemente,
para completar uma das novelas que aqui se faz, resolveram soltar, à noite
dentro do Mercado Municipal, um CÃO enorme, que, além de ficar misturando com
os gêneros, verduras e legumes dos mercadores, serve para passar susto nos
transeuntes que por ali transitam, após às dezoito horas.
Agora está fechada a roda:
cães ladrando nos quintais, cães soltos pelas ruas e dentro do Mercado
Municipal, numa doida justificativa de que lá no prédio a Av. Duque de Caxias o
animal ser e dês-serve ao povo, e
nos outros locais “os amigos n. 1 dos homens” servem para praticar cenas
imorais e infestar a cidade com presenças sempre ameaçadoras...
Enfim, como já resolveram apelidar tudo neste mundo, inclusive as próprias
palavras; assim como a planta parasita é amiga
das árvores, o cão sempre serviu-se do homem, para sua própria proteção,
passou a ser apelidado de amigo do
homem.
Resta agora, somente, que os poderes públicos cogitem, o mais depressa
possível, de votar uma lei dando, consequentemente, apelido ao cão de “amigo do homem e sentinela do próprio
municipal”...
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Ainda recentemente esteve na cidade um dos maiorais da
política e, como sempre, colocou esta terra em estado pavoroso... com mais uma dezena de promessas mirabolantes.
O elemento da grande
profissão, rendosa, prometeu mundos e fundos: reformar a cadeia publica, reformar
o Fórum, que está pondo em perigo o que ali desenvolvem atividades, construir a
ponte do Rio Intaim, etc. e tal!!!
O mais interessante é que para sugestionar ainda mais
o povo, trouxe o político suntuoso em sua companhia, um engenheiro, para provar
que iria atacar de fato as obras. Tanto o político como o engenheiro,
apresentaram-se como pessoas amáveis, polidas... (Também pudera, para se fazer
carreira, a condição é aquela mesma: Finura e... NADA MAIS)...
E o povo que
está acostumado a esperar, num eterno “a ver navios”... que vá deixando em
perigo as suas vidas, por um possível desabamento do prédio do Fórum, que vá se
acostumando a ver os nossos infelizes presos numa cadeia semelhante a uma
pocilga, e para completar a história, que os moradores do Bairro do Itaim e
alguém que por lá passar, que vá atravessando o rio nas pinguelas...
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E agora uma história alegre, divertida, digna de
elogios.
Vamos a ela. Por ser muito engraçada, convém o leitor
colocar óculos para ouvi-la com
maior clareza. Trata-se do seguinte: os nossos bares, estão assim constituídos:
chicaras desbeiçadas, paredes imundas, embriagados dizendo a três por quatro,
palavras de baixo calão, cães (sempre os cães) dormindo nos seus interiores...
Ah! Faltava o eterno
complemento: as chamadas creaturas “serrotes” sempre “enchendo” aqueles que
procuram isolar-se em torno de uma mesa, a fim de tomar um refrigerante acompanhado,
e logo vem os “serradores” beliscarem (descaradamente) tudo que se achar
exposto na mesa.
Alegres e sorridentes, após “encherem” aqueles que às
vezes nem tiveram tempo de aprender a bebida ou o comestível, lá se vão eles,
de fininho, à La francesa, como beija-flores de rabo branco, fazendo agoiro em
todas as mesas...
Informativo Pousoalegrense 1957
Escrito como no original