As obras da nova Catedral caminham a passos largos. E os olhos da nossa
população se enchem de prazer ao contemplar a imponência da augusta massa
arquitetônica que ali, no largo histórico de Pouso Alegre, se está erguendo
como um atestado vibrante da generosidade e fé dos Católicos desta Diocese e a
firme e inabalável vontade de um Bispo que dá a nós todos uma demonstração
consoladora de operosidade e ação construtiva. Ora bem. Deante da imponência da
construção, que está interessando bem de perto a população de nossa terra, não
é possível deixar de formular uma pequena advertência sobre o futuro relógio
que irá ornamentar uma de suas torres. Pensamos que os beneméritos mentores dos
serviços que são orientados no sentido de brindar nossa Diocese com uma
Catedral maravilhosa, não devem recuar deante do custo a que possa montar um
relógio, que seja uma obra à altura dos fins que devem preencher.
Um relógio como o da Catedral de Pouso Alegre, além de ser um ornamento,
necessário da torre em que será colocado, é um complemento, por isso mesmo, da
magestade do empreendimento que o esforço da população católica está realisando
sob a segura orientação do nosso Bispo, é também um regulador publico, passando
a marcar e unificar toda a atividade social e econômica do nosso município,
imprimindo-lhe ordem e eficiência.
Claro que neste caso não será um relógio só para os católicos,
interessará população interia da cidade, na totalidade de suas classes, será um
relógio dos ricos e dos pobres, mais destes que daqueles, um relógio que
ofertará a todos os lares a hora certa.
Por isso, o concurso para que se coloque na Catedral um bom relógio,
deve ser de todos, cabendo neste caso, igualmente, uma providência simpática
dos poderes públicos, que como chefes do governo municipal devem colaborar como
opinião geral no sentido de que a nossa Catedral e o nosso povo tenham o
relógio que merecem e de que necessitam.
Extraído do Jornal O Linguarudo, 12/02/1949, capa
Escrito como no original
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