Rivaldo Mauro de Faria
A investigação da relação entre o território urbano e o processo
saúde-doença constitui o cerne das preocupações que motivaram o presente
trabalho. Parte-se do pressuposto que a saúde tem uma dependência territorial
que, uma vez entendida, pode se tornar uma importante ferramenta para o
planejamento em saúde pública. Ao delinear o perfil territorial da saúde de uma
área pode-se antecipar ações de controle de longo prazo e diminuir os impactos
das ações corretivas de curto prazo. A pesquisa que aqui se apresenta constitui
um esforço teórico-prático que busca inserir o objeto da ciência geográfica nas
análises em saúde pública. Para isso se fez uso de um instrumento teórico, a
categoria território defendida na obra de Milton Santos e um objeto para sua
aplicação, o bairro São Geraldo, localizado em Pouso Alegre-MG. A complexidade
inerente à dinâmica urbana produz territórios de usos diferenciados que têm
relação direta ou indireta com a produção de doenças. É o caso do bairro São
Geraldo, uma área de exclusão social propícia à produção de algumas
enfermidades. Notadamente as doenças infecciosas, devido as suas
características, são muito comuns nesse território. Nesta pesquisa, foram
investigadas a diarréia aguda, hepatite A, dengue e leptospirose. A escala
temporal para a coleta dos dados compreendeu o período de 2002 a 2006 (com
exceção da diarréia aguda, cujos dados são de 2006). Ao realizar o diagnóstico
territorial da área de estudo, foi possível estabelecer a sua relação com a
produção dessas enfermidades. O perfil territorial do bairro São Geraldo pode
ser tomado como um fator causador da doença e, ao mesmo tempo, o cenário para a
implementação de práticas de atenção primária em saúde.
Link para texto completo: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000446856
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