No passado, a denominação de ruas e praças, em uma municipalidade,
sempre tinha por homenagear figuras de relevo, datas ou fatos históricos,
porém, nem sempre era aceita pela população, a qual adotava, espontaneamente,
um nome mais popular, ligado a certas características, da rua, ou a algum
acontecimento.
Vejamos alguns nomes antigos de ruas e praças de Pouso Alegre, as quais
eram conhecidas popularmente por:
Rua do Imperador: Antigo nome da Avenida Doutor Lisboa no tempo do
Império, dado pelo Senador José Bento.
Rua da Outra Banda, Boa Vista ou
Cadeia Queimada: Atual
Rua Silvestre Ferraz. Situava-se do outro lado de um brejal. Aí uma antiga
cadeia incendiou-se. Foi a primeira rua que se formou na cidade.
Rua dos Coqueiros: Trecho inicial da Rua Comendador José Garcia, onde
havia alguns coqueiros em uma residência.
Rua das Taipas: Trecho da Rua Comendador José Garcia, a partir do
P.A.F.C até o final da rua. Referia-se ao muro de taipa da rua.
Rua da Palha: Atual Rua Cel. José Inácio. Havia um milharal ao lado
onde, após a colheita, os animais soltos procuravam restos de milho entre a
palha.
Rua das Pedras: Atual Rua Adolfo Olinto. Antiga Rua da Prata. Era
pavimentada com pedras no treco do morro, para evitar-se a erosão provocada
pela enxurrada.
Morro das Cruzes: Atual Avenida Getulio Vargas. Havia três cruzes no
alto do morro, erguidas por escravos, segundo a tradição.
Largo da Cadeia: Ocupava o quarteirão onde foi construído o antigo
Pouso Alegre Pouso alegre Hotel.
Rua da Ponte: Chamava-se Rua Senador Eduardo Amaral. Ia do Largo da
Cadeia, atravessava a linha férrea e terminava na ponte sobre o Rio Mandu.
Desapareceu com o prolongamento da Av. Dr. Lisboa até a estação.
Rua do Brejo: Atual Rua João Basílio- Havia em cada sarjeta uma
canaleta para drenar o terreno, que era muito úmido, e sobre a mesma havia
pinguelas que davam acessos às residências.
Rua das 7 Casas: Av. Abreu Lima- Havia na rua 7 casas geminadas e
iguais.
Largo do Rosário: Atual Praça João Pinheiro. Aí foi levantado o
pelourinho, em frente à primitiva igreja do Rosário.
Rua dos Tocos: Atual Rua Monsenhor Dutra. Havia na esquina com a
Comendador José Garcia vários tocos de madeira fincados no chão pelo proprietário
do terreno, que estava em demanda com a Prefeitura e impedia a passagem de veículos.
Beco do Crime: Travessa Vereador Joaquim Manoel dos Reis. Aí foi
assassinada uma jovem pelo seu namorado, na noite de Natal de 1951.
Rua do Arame: Atual Rua Samuel Libanio. Os terrenos dessa rua eram
divididos por cercas de arame farpado.
Rua do Biju: Atual rua Monsenhor José Paulino. Residia nesta rua
Marcelo Cáceres, conhecido popularmente por “Biju”. Figura pitoresca, dono de
um ferro-velho, que nas horas vagas fazia propaganda na rua, de comércio,
cinema, festas, etc. Vendia também casquinhas de biju.
Os Quatro Cantos: Área compreendida entre as ruas Bueno Brandão e
Coronel Pradel, no sentido da subida do morro, e a rua David Campista e Rua da
Tijuca, no sentido horizontal. Aí situava-se a zona boêmia (R. David Campista),
e no alto do morro, barracos de gente pobre. Era local de má fama.
Rua da Caixa d’água: Atual Bueno Brandão. Rua que dava acesso à antiga
caixa d’água, no bairro da Saúde.
Morro do Querosene: Rua da Tijuca e adjacências. As casas eram iluminadas
por lampiões e lamparinas.
Extraído do livro “A História de Pouso Alegre” de Octávio
Miranda Gouvêa, 2004.
Planta da cidade de Pouso Alegre- 1927 Acervo do MHMTT |
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