É inegável o fator progressista que as correntes
imigratórias trouxeram ao nosso país.
Dentre elas, a italiana corresponde a uma excelente
parte.
Pouso Alegre, município não cafeeiro, não teve o
afluxo de outras cidades interioranas preferidas pelo intenso cultivo da
rubiácea. Os que aqui aportaram, desenvolviam mais atividades artezanais que
propriamente agrícolas.
Ainda assim, com a instalação da Colônia Francisco
Sales, na Faisqueira, ali localizaram-se inúmeros italianos, alguns dos quais
ainda residem naquele local, dedicados á agricultura. Ao que parece certo,
entre
1880 a 1890, data o aparecimento dos primeiros italianos em Pouso Alegre.
João e Pedro Scapulatempo, foram os primeiros. O
primero, comerciante arrojado e o segundo caldeireiro.
De 1890 a 1900, o numero cresceu. Antonio Rigotti, com
fábrica de cerveja. Pedro Chiarinni e seus filhos Angelo, Francisco e Alexandre
(agricultores e comerciantes). Marieta Consoli e seus filhos João e Eugênio
Consoli, José Contrucci dos Santos (Zeca- Santo) comerciante no alto das
cruzes. José
Chiarinni e Carolina Renzeti Chiarinni, Pascoal e Antonio Bartolomei
(ambulantes). Francisco, Pedro,
Domingos e José Matei. Luis e André Gianini, Jacinto e Angelo Navri
(transportadores). Angelo Tadelli. Antonio Antonelli (barbeiro).
Girolamo Pagliarini (Hotel e Barbearia). Nicola Laraia (sapataria). Marcolino e Angelo Guersoni (olaria e cerâmica).
Na primeira década do século, aqui se instalaram
Francisco Campanella (relojoaria, posteriormente casa de bicicletas). Francisco
Matragrano (fábrica de calçados). Roque de Maio (confeitaria Progredior, famosa
até 1925). Rizzieri Butti (fábrica de bebidas e cerveja). Pascoal Ambrosio
(sapateiro). Cristoforo, Miguel e Braz Vita (comerciantes e sapateiro). Isidoro
Tiburcio (fábrica de móveis). Olinto Tiburcio (comerciante). Felicio e Vicente
Pascoal. Pedro, José e Artur Carleti, Antonio Ferrari (casa de móveis). Rergio
Arnaldo Carneveli (elemento dinâmico, introdutor do primeiro cinema no Sul de
Minas) fundador da cidade Italiana de Mutuo Socorro (1910). Angelo Marzulo (fabricante
de macarrão). Inocencio Fabbri (mamorista). Miguel e Olinto Bertoluci
(comerciantes). Braz Vitali (alfaiataria). Enrique Constanti (cortume). Vito
Laraia (cortume). Nicolau Barati. Demétrio e Domingos Casarini
(agricultores). José Boschi (olaria e cerâmica). Luis Saltini (alfaiate). Braz
Frusco, Maestro Sartori, José Canela, Miguel Malvacini, Isidoro Verdi, Adolfo
Binassi (açougue). Antonio Viali (Açougue). Pio Gissoni (construtor). Antonio e Maestro Antonio (frentistas). Joã
Bertolacini (casa de comércio no Largo do Mercado). Agnelo Bertolacini,
Salvador Ventre Natal (comerciante). José Inocente (Roma). Domingo Motnori
(agricultor). Cesar Ceconeli (sapateiro). Romulo de Marchi (pintor). João Pata,
Deodato Seda. Caetano Russo (confeitaria). Angelo Leone (sapataria). José
Gambi.
Na segunda década, Domingos e José Caudino
(construtores). Feliz Bove (organizador do primeiro jogo de polo). Miguel
Saponara (relojoaria). Cesar de Leteaux (relojoaria). Primo Volponi
(comerciante). Agostinho Odisio (escultor). Pompilho Ferrini (fábrica de macarrão).
Jeronimo
e Higino Puccini (fotógrafos). José del Pichia, Domingos Albanez (marmorista).
Vicente Charlante, Cirilo Spolsimo, Casalechi Sofonisbo.
Até 1920 era intensa a vida associativa da colônia
italiana.
Reunindo-se nas cervejarias, nas disputas das boccias
e na sede própria da Sociedade a discutir política e os problemas da terra
distante, tornavam divertidas e amenas suas vidas em nossa cidade. Quase todos
liberais, eram Mazzinianos, Garibaldinos e de Cavour, de tendências acentuadamente
socialistas. Muitos poucos eram monarquistas por convicção, embora os retratos
do rei e família figurassem em muitos lares.
As reuniões nos campos de boccias, tornam-se
divertidas. As disputas de ter-sete, patrone e soto bocias, davam margem á aproximação
e alegria. As canções da terra eram entoadas.
Santa
Lúcia, Torna a Surrento, Il Ino dei Lavoratore (Bandeira rossa), il 24 de Maggio, La Canzone del Piave, cantadas ora por uns, ora
por outros, uniam ainda mais os italianos.
Raras foram as desinteligências entre os membros que
sempre conservaram amizade e dedicação á nossa terra.
Parece não constar mesmo qualquer deslise policial na
vida de toda colônia italiana em Pouso Alegre.
Hoje, o numero de italianos é bem menor. Desaparecidos
inúmeros que figuram na lista presente, ainda assim, os que restam, alguns quasi
nonagenários, prestam seu concurso e seu trabalho a nossa terra, dignificando a
terra de Mazzini, Cavour, Antonio Gramsci, Garibaldi e Dante. Ao focalizar no centenário
de nossa cidade as atividades e a cooperação dos italianos em prol de Pouso
Alegre, o fazemos certos de interpretar os sentimentos dos pousoalegrenses por
uma aglomeração honesta, produtiva, democrata e progressista.
Extraído do Jornal “A Cidade” 19/10/1948, p. 5
*Escrito como no original
O que vcs tem sobre os BUTTI?
ResponderExcluirEos Libanio
Sou bisneta do Miguel Vita, nasci em Pouso Alegre, e atualmente vivo na Itália com a cidadania italiana reconhecida.
ResponderExcluirBoa Tarde.
ResponderExcluirMe chamo Alexandre Santos e estou em busca da Hist[oria de minha Bisavó Dona Presciliana dos Santos (Sobre nome era italiano) Ela foi casada com o Sr. Jorge Ferraz e meu avô chamava-se Waldermar dos Santos, moravam no antigo bairro Ribeirao das mortes e a ultia casa que minha mãe recorda que ela morou ainda bem velhinha foi de fronte ao Quartel se souber de algo lfico no aguardo
Desde Já muito obrigado
asantoa@gmail.com
Alexandre Santos - 11- 97574-2382
Descobri que minha bisavó, Filomena Campanella, era irmã do senhor Francisco Campanella (relojoaria, posteriormente casa de bicicletas). Ele veio para o Brasil bem depois dela. Eu sou a Isabelle, neta da Rosina, segunda filha da Filomena com Nicola Carlomagno.
ResponderExcluirGostaria de saber se alguém sabe se o imigrante Franscisco Matragrano tinha como esposa a Sra. Lúcia? Ele tinha uma fábrica de calçados, em Pouso Alegre MG.
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